Mudanças climáticas, infraestrutura tecnológica e interações sociais na Amazônia

01 de janeiro de 2021 | Tempo de leitura: 3 minutos

Por Adriano Premebida

A partir da pergunta geral do Programa AmazonFACE, “como as mudanças climáticas afetarão a floresta amazônica, a biodiversidade que abriga e os serviços ecossistêmicos que ela fornece à humanidade?”, este subprojeto vinculado ao componente 5 do Programa AmazonFACE (saiba mais aqui) tem o objetivo de verificar a escala coletiva dos processos de governança em torno de serviços ecológicos e socioeconômicos na Amazônia. Os fenômenos sociais colaborativos entre diversos atores e entidades na região influenciam a capacidade de adaptação e permite uma transição mais efetiva de ambientes urbanos e rurais às mudanças climáticas.

Torre de medição, ZF2, base do Programa AmazonFACE. Foto: João M. Rosa/AmazonFACE.

          Ao mesmo tempo em que a observação macrossocial é realizada, os atributos individuais dos atores e suas visões de mundo em relação à governança dos elementos que condicionam a adaptação às mudanças climáticas na Amazônia serão analisados em paralelo ao acesso a sistemas técnicos, infraestrutura científica e tecnológica, energia, saúde, educação, logística e padrões de reprodução social e econômica. Os atributos sociais mapeados no nível microssocial são: acesso à informação, recursos financeiros, conhecimento técnico, educação, saúde, religiosidade e disposições formadoras de visões de mundo em geral. 

Manutenção e coleta de dados. Foto: João M. Rosa/AmazonFACE.

          A identificação sistemática de políticas públicas existentes para mudanças climáticas e os cenários futuros de impactos socioeconômicos na Amazônia, decorrentes destas mudanças, estão relacionadas, nesta pesquisa, a como os atores com acesso a estes meios – em diversas escalas de análise sociológica – como informação especializada e recursos financeiros, por exemplo, possuem maior capacidade de facilitar ou obstaculizar a inovação, influenciar e coordenar a rede social atrelada ao acesso e uso de serviços ecossistêmicos. Este projeto está vinculado aos demais componentes do Programa AmazonFACE, o que possibilitará uma relevante coordenação de pesquisas e resultados de caráter interdisciplinar. 

Pesquisa em andamento. Foto: João M. Rosa/AmazonFACE.

Ciência se faz com parceria

          Esta pesquisa é executada e financiada pelas seguintes instituições: INPA, UNICAMP, Alterra Wageningen University, USP, University of Exeter, FDB, Technical University of Munich, University of Florida, INPE, Embrapa, Brookhaven National Laboratory, University of Illinois, University of Vienna, UFRGS, UFAM, University College London, Zurich University of the Arts, UNESP, Oak Ridge National Laboratory, Max Planck Institute for Biogeochemistry, Universidade Federal do Acre, International Institute for Sustainability, FAPEAM, CNPq, CAPES, BID e FAPESP.

Quer saber mais? Acesse os materiais abaixo!

Projeto AmazonFACE. (acesse aqui)  

Grupo de Pesquisa Tecnologia, Meio Ambiente e Sociedade. (acesse aqui

AmazonFACE: o excesso de CO2 pode salvar a floresta tropical Amazônica do aquecimento global? (acesse aqui)

 

Adriano Premebida é Historiador (UDESC), mestre em Desenvolvimento Rural (UFRGS) e doutor em Sociologia (UFRGS). É pesquisador (TEMAS/UFRGS) na área dos Estudos Sociais das Ciências e das Tecnologias na área de infraestrutura tecnológica, tecnologias emergentes e mudanças climáticas. Veja mais na Plataforma Lattes ResearchGate.

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